Grupo de Orientação aos Cuidadores de Idosos com Demência- CIR-HERibeirão
No Brasil, o envelhecimento populacional cresce devido a diversos fatores, dentre eles o aumento significativo da expectativa média de vida, que cria demandas e necessidades específicas para a área da saúde e das dimensões sociais como um todo. Nesse contexto, a prevalência de doenças crônico-degenerativas aumenta significativamente e a demência se destaca, em especial a Doença de Alzheimer (grupo de doenças mais relevantes em relação ao impacto, podendo promover uma relação de aumento de assistência e consequentemente de cuidadores).
A maior parte dos cuidados prestados aos idosos que têm doença de Alzheimer são feitos por membros da família, esta que constitui a fonte principal de suporte, em destaque realizado por mulheres (filhas, esposas ou noras). Também vemos o crescimento do cuidado prestado por homens, principalmente cônjuges, ainda que em números menores. Estes cuidadores familiares são denominados de cuidadores informais, os cuidadores formais são aqueles que prestam o cuidado remunerado, como forma de trabalho.
Salientamos que no tratamento ao idoso com demência faz-se igualmente importante a assistência prestada ao cuidador familiar que acompanha o paciente, é por meio dele que as orientações realizadas serão viabilizadas para a vida cotidiana, o suporte oferecido ao cuidador reflete diretamente no tratamento que o paciente recebe. No CIRHERibeirão realiza-se o grupo multiprofissional de orientação aos cuidadores de idosos com demência, em que os objetivos principais são: orientar sobre a doença e seus desdobramentos; promover o uso de estratégias para lidar com as manifestações clínicas no dia dia; oferecer escuta qualificada das dificuldades e acertos que esse tipo de cuidado envolve; proporcionar troca de experiências entre os integrantes e, por fim , ajudar na construção de uma rede de suporte para além do espaço físico.
O grupo é coordenado pela terapeuta ocupacional da área da gerontologia e conta com a participação da assistente social e psicóloga do serviço; acontece semanalmente, concomitante ao grupo de estimulação cognitiva de idosos com demência, uma vez que, torna-se mais acessível a participação dos cuidadores no grupo, visto que o cuidado recai em geral à um membro familiar, que por vezes apresenta dificuldades em participar de grupos como este por não ter com quem dividir as tarefas.
O cuidar familiar requer que o cuidador esteja inserido no cotidiano do idoso de forma integral, e aquele que assume esse papel é muitas vezes levado a redefinir seus projetos de vida e suas relações no âmbito social, emocional, econômico, além de toda carga relacionada à doença, que exige especificidades importantes no manejo diário, portanto, é claramente necessário o suporte dirigido aos que cuidam.
Cuidar de quem cuida é uma ação de saúde pública!
Referências
CEZANA, A; BOONE, M; OLYMPIO, P.; AMORIN, M; OLIVEIRA, M. Perfil dos cuidadores familiares de pacientes assistidos por um serviço de assistência domiciliar. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde. 2011; 13(2): 43-48.
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.47, Ano VI. Dez.Jan.Fev., 2015-2016, ISSN 2178-3454.
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